Você acaba de explicar para as crianças que são as pilhas que dão energia para alguns brinquedos se movimentarem. “Então, quanto mais energia eu colocar no carrinho, mais rápido ele vai andar?” Isso mesmo. Então as crianças saem recolhendo pilhas pela casa e constroem uma engenhoca envolvendo fita crepe, o fio do ferro de passar roupas e alguma confusão. Resultado? Ou o carrinho dispara a toda velocidade para a alegria dos guris ou não sai do lugar porque não aguenta com o peso das pilhas extras.
Omesmo pode acontecer quando o RH, inspirado em práticas modernas do mercado, traz para sua empresa ferramentas que prometem grandes resultados sem antes verificar quantas “pilhas” a organização é capaz de suportar. No entanto algumas dessas ferramentas podem mesmo ser a diferença entre excelentes resultados e perda de dinheiro. Como evitar investimentos equivocados e garantir que os processos de Gestão de Pessoas de fato somem valor à organização?
Nossa sugestão é: muita conversa nessa hora.
Com um pouco de sensibilidade e bom papo é possível determinar o ponto de equilíbrio entre as mais modernas práticas de Gestão de Pessoas e sua real contribuição para às necessidades da organização. Em outras palavras: converse com quem vai usar as ferramentas! Vá para a conversa partindo do princípio de que o RH existe para responder às necessidades do negócio, mas seus processos, por não estarem diretamente ligados à atividade fim, podem perigosamente ser encarados apenas como custo, chatos, “mais coisa do RH”. No entanto, isso acontece se, e somente se, o apoio oferecido pela área estiver além ou aquém do que a organização e seus gestores precisam.
É sempre bom lembrar que uma empresa madura para processos mais estratégicos de Gestão de Pessoas não é necessariamente a maior ou a mais velha. Há casos em que empresas centenárias levam 11 anos para implantação de uma Universidade Corporativa enquanto outras, ainda em incubadoras de negócio, já apresentam processos maduros de Gestão do Conhecimento.
Empresa madura é aquela que compreende que por trás dos resultados está o bom relacionamento com o cliente. E quem se relaciona são pessoas, não máquinas.
Então procure por algumas respostas:
- Como é a cultura de desenvolvimento de pessoas na organização?
- Como as pessoas se relacionam ao realizar suas atividades? Essa relação gera sentimentos positivos e produtivos?
- As pessoas dão e recebem feedback de forma tranquila ou há resistências?
- Como são tratados os erros?
- Quem faz a gestão administrativa das equipes?
- Como as informações fluem da direção até a operação?
Investir tempo para conversar tanto com a alta direção e as lideranças mostrará como a organização pensa sobre pessoas e suas relações assim como também o que o RH pode fazer para que esse pensamento evolua. Portanto, o primeiro trabalho da área é justamente trabalhar no amadurecimento das pessoas, da alta direção ao chão de fábrica, aproximando-se, ouvindo e planejando, junto com eles, seu desenvolvimento.
Autor:
Lucas Valcanaia
Gerente de Customer Care Profissional com experiência em gestão de projetos e relacionamento, responsável pelo atendimento e pós venda, além de consultoria em todos os produtos Cingo.