Saúde Emocional no Trabalho

O ambiente de trabalho, que deveria ser um espaço de crescimento, aprendizado e colaboração, pode se tornar uma fonte de estresse, ansiedade e até depressão, se não for bem gerido.

Quando um colaborador enfrenta desafios emocionais, como aumento da pressão por resultados, a necessidade de uma maior produtividade, ou adequações às mudanças súbitas de estratégias, ele pode começar a apresentar sintomas como cansaço excessivo, dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade constante e até quadros de depressão.

Este sintomas indicam doenças que afetam diretamente o bem-estar e a performance profissional, refletindo em uma maior taxa de absenteísmo, diminuição da qualidade de vida, menor engajamento e queda na produtividade da equipe. Entre as doenças emocionais mais comuns que podem afetar os trabalhadores podemos citar as seguintes:

Burnout: quadro de esgotamento físico e mental, geralmente causado por longos períodos de estresse intenso. Os sintomas incluem exaustão, falta de motivação e sensação de não conseguir lidar com as demandas do trabalho.
Ansiedade: pressão constante para cumprir prazos, metas e tarefas pode gerar um estado de ansiedade, que se manifesta em sintomas como preocupação excessiva, nervosismo e dificuldade de relaxar.
Depressão: sobrecarga emocional, somada à falta de reconhecimento ou a um ambiente de trabalho tóxico, pode levar a quadros depressivos. Sintomas como desânimo, tristeza profunda e falta de interesse nas atividades diárias são comuns nesse caso.
Transtornos do sono: estresse e a ansiedade podem levar a dificuldades para dormir, resultando em fadiga e problemas de concentração.

O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente nestes casos, e a prevenção da saúde emocional no trabalho começa com a criação de um ambiente saudável, com a aplicação de práticas essenciais como:

Gerenciamento de carga de trabalho: a carga excessiva de tarefas pode ser um grande gatilho para doenças emocionais. É importante definir expectativas realistas e ofercer suporte aos colaboradores quando necessário.
Fomentar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: a falta de limites entre o trabalho e a vida pessoal pode ser prejudicial. Empresas que incentivam o equilíbrio entre essas duas esferas contribuem para a saúde mental de seus colaboradores.
Oferecer apoio psicológico: algumas empresas já oferecem serviços de apoio psicológico, como terapia ou programas de bem-estar mental, para que os colaboradores possam lidar com dificuldades emocionais antes que se tornem graves.
Treinamentos e workshops: capacitar tanto as lideranças quanto os colaboradores para lidar com questões emocionais e de estresse pode criar uma cultura organizacional mais saudável.
Promoção de momentos de pausa: oferecer espaços para descanso e relaxamento, como áreas de convivência ou horários flexíveis, ajuda a aliviar a pressão do dia a dia.
Estímulo à comunicação aberta: criar canais de comunicação que permitam que os colaboradores compartilhem suas dificuldades de maneira aberta e sem julgamentos é fundamental para um ambiente saudável.

O RH tem um papel estratégico em todas essas ações preventivas, sendo fundamental que ele trabalhe em conjunto com as lideranças, pois são os líderes que têm o maior contato diário com as equipes e, portanto, são os primeiros a perceber mudanças de comportamento ou sinais de desgaste emocional.

Com o constante apoio do RH, as lideranças, além de incentivar uma cultura de bem-estar, se tornarão exemplos de equilíbrio emocional. Isso irá incluir práticas como dar feedbacks construtivos, reconhecer o esforço das equipes e ser transparente sobre as expectativas. Líderes que demonstram empatia e que buscam o desenvolvimento emocional de suas equipes ajudam a criar um ambiente de confiança, onde os colaboradores se sentem mais seguros para expressar suas dificuldades.

A saúde mental no trabalho, entretanto, não é apenas um tema de responsabilidade do RH ou da liderança. É preciso que todos façam sua parte para criar um ambiente que valorize a saúde emocional e que seja mais acolhedor e sustentável a longo prazo.